Porque você deveria dar uma chance a uma das melhores produções do Netflix
Quando a
primeira temporada estreou ano passado, fiquei curioso. A proposta de um ator
que se afunda depois do “fim” da série que o lançou ao estrelato não é original
Charlie Sheen que o diga. Mas quando se trata de uma mistura de animal
com ser-humano, a coisa já muda e merece pelo menos um pouco de atenção.
Quando
decidi ver o primeiro episódio, eu dormi. E isso aconteceu mais de uma vez. Sempre ouvia elogios da série e tal, mas, não
me cativava. E eu não me esforçava o suficiente para passar do primeiro
episódio.
No mês
passado (julho), eu decidi começar a ver a série. Dessa vez de verdade. Eu
estava curioso para saber se era boa mesmo. E queria dar minha sincera opinião
e não só elogiar porque vi fulano ou ciclano falando bem.
Foi aí que a
série me cativou. Vi quase a primeira temporada toda em um dia.
É incrível
como as duas temporadas se diferem.
A primeira
temporada preza mais pela apresentação dos personagens (como tem que ser) e
para conquistar o público ela é muito mais cômica.
Já a
segunda, é muito mais emocional e “problemática” para os personagens. É mais um
drama em forma de sitcom.
Bojack é um cavalo hur dur que
durante a década de 90 se destacou em uma série de TV chamada Horsin’ Around. Nela Bojack faz o papel
do paizão despreparado que adota crianças órfãs. A série é uma parceira do
cavalo com seu amigo Herb Kazzaz,
que escreve o roteiro. A série dura algumas temporadas (6 se não me engano) e
faz um estrondoso sucesso, porém, acarreta muitos problemas com os envolvidos e
é cancelada.
Após o fim
de Horsin’ Around Bojack vai diretamente para A MERDA. Ele se afunda
completamente nas drogas lícitas e ilícitas. O cavalo vira um alcoólatra do
caralho e resolve abandonar as telas por um momento.
A trama da
primeira temporada gira em torno da ideia de Bojack escrever uma autobiografia
que mostraria ao mundo “o cara legal” que ele realmente é. Para isso ele
contrata Diane Nguyen para ser a
escritora fantasma da parada.
Como eu
havia dito, essa temporada foca principalmente da comédia. São piadas e
situações bem engraçadas e que são cômicas por que foram projetadas com essa
finalidade.
Os
personagens são excelentes, os atores escolhidos são muito bons e encaixam
perfeitamente com o personagem. Devo dizer que não há um só que se destaque,
todos têm seu tempo de tela dividido e cada um que aparece rouba um pouco a
cena. Todd, Princesa Carolyn, Sr.
Peanutbutter e muitos outros têm uma fundamental importância na série.
Já a segunda
temporada tem um peso muito maior. Desde o fim da primeira temporada Bojack se
mostrava mais humano. Ele tem sentimentos, e não são poucos. A maioria das
merdas que ele faz não é porque ele é porra louca e inconsequente. Ele teve
problemas com os pais, com os amigos, com paixõezinhas e ele sente isso tudo.
A genialidade
vem desses pontos. O criado Raphael
Bob-Waksberg trata de assuntos como alcoolismo, depressão, e outros
assuntos com um humorzinho ácido que é bem divertido. E sabe ser sério quando
tem que ser.
Foi uma
surpresa maior para mim quando comecei a ver a série, e agora recomendo-a para
todos verem, porque devem. São assuntos e mais assuntos que, se você prestar
atenção ele não é apenas uma piadinha e sim uma situação que pode acontecer com
qualquer um. E se por acaso acontecer com você, terá uma lição para tirar
daquilo tudo.
É
simplesmente fantástico.
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