A série volta e nos mostra a razão de ser uma das mais importantes da atualidade
Todo mundo têm máscaras.
Máscaras ajudam as pessoas a esconderem quem realmente são.
Máscaras servem como um refúgio superficial, um meio de camuflagem para se
tornar aceitável socialmente.
O que é aceitável socialmente?
Fazer piadas racistas, homofóbicas e/ou preconceituosas?
Por que isso é aceito socialmente?
Em Shut up and dance
fica evidente pra mim que não há apenas UMA única coisa aceita na sociedade. Existem
grupinhos, nichos que formam sua própria sociedade. O que é aceito por uns pode
não ser aceito por outros. É assim que funciona o mundo.
Mas, existe um consenso geral sobre o que é certo e o que é
errado?
O terceiro episódio da terceira temporada de Black Mirror
nos mostra um cenário comum.
A banalização dos vazamentos. Fotos e vídeos íntimos que acabam sendo espalhados por aí por alguma razão.
A banalização dos vazamentos. Fotos e vídeos íntimos que acabam sendo espalhados por aí por alguma razão.
No episódio, conhecemos Kenny, um adolescente que trabalha,
ajuda a mãe em casa e parece ser gente boa. Um dia, Kenny passa a ser ameaçado
por hackers. O garoto deve fazer tudo que o grupo pede, caso não faça ele terá
um vídeo íntimo vazado na internet.
É aí que Black mirror brilha.
A série brinca com você. Charlie Brooker te coloca na mão (mais uma vez), te balança pra lá,
pra cá e no fim das contas estamos onde ele queria desde o começo do episódio.
Mais uma vez, como em White
Bear (S02E02) o nosso senso de justiça e moral é colocado em questão.
Estamos realmente defendendo e tendo dó de um cara horrível?
Por quê? Será que o que estão fazendo com ele não é demais? Será que é pouco?
O que a série questiona constantemente são nossos
julgamentos, nossa maneira de ver e lidar com a sociedade. Qual é o maior medo
das pessoas? Você tem medo de ser esquecido
ou julgado?
É claro que tem. E não é SÓ você.
É pra isso que servem
as máscaras?
As pessoas usam pra conviver em paz socialmente e para
caberem num mundo perfeito. Sem que ninguém seja diferente do padrão, sem que
ninguém as julgue e as tire do seu conforto.
Como
pode-se ver no episódio, a máscara cai eventualmente, e para que nada mude as
pessoas são capazes de realizar a pior das atrocidades. Roubar, matar, lutar
até a morte para que ninguém saiba quem realmente são.
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