No terceiro e, provavelmente, o último filme na terra média, Peter Jackson se vê tentando resolver as coisas, boas e ruins, que ele mesmo criou ao longo da trilogia
Devo dizer primeiro que, esse último filme tive a felicidade de mudar a maneira de assistir os filmes da terra média. Eu não fui na Nova Zelândia ou algo assim, mas pela primeira vez vi um filme em HFR, vulgo 48 quadros por segundo. E vale muito a pena. Não vi os outros filmes em 48 quadros mas, de acordo com o público e crítica, tal tecnologia é um dos pontos mais fortes dessa trilogia. É, definitivamente, uma experiência totalmente diferente de assistir aos filmes de uma maneira convencional.
Vamos ao filme.
Eu tinha um grande medo desse filme e acho que essa foi a minha maior barreira para a empolgação. Do jeito que as coisas andavam, a impressão dada era de que a única coisa que estaria de fato presente no filme seria a batalha dos cinco exércitos. E um filme de 3 horas só com batalhas, obviamente, não funciona. O filme de fato se trata só de batalhas e batalhas mas o ritmo não cai, ele não fica chato ou cansativo.
O início do filme deveria definitivamente ter sido o fim do filme anterior. Acho que todo mundo concorda com isso. Se tivéssemos a cena do Smaug queimando toda a cidade no segundo filme, ele teria terminado de uma maneira melhor de terminar o segundo, e logo em seguida teríamos o terceiro começando com o povo da cidade do lago tentando se reerguer.
O segundo filme é o pior da trilogia porque nele são criados problemas mal resolvidos no próprio filme, e alguns deles simplesmente não existem no livro. Coisas bobas que não têm razões para estarem ali. Peter Jackson nesse terceiro filme tinha a obrigação de consertar isso tudo e não o fez por completo. Ele resolve ir em frente com coisas idiotas que não têm o menor cabimento para o desenvolvimento da trama. As duas coisas mais gritantes são Tauriel e o ajudante do rei da cidade do lago, Alfrid. Ambos não têm razão para estarem nos filmes. Tauriel é legal, uma elfa porradeira, mas o que a estraga é o romance totalmente forçado e desnecessário com Kili. No segundo filme a elfa é até aceitável, mas nesse terceiro ela foi de um aspecto "aceitável" para irritante. E não é pouco. O ajudante do rei não tem razão alguma para estar dentro dos filmes. Ele é um personagem que não agrega (menes alert) absolutamente nada ao desenvolvimento do filme; Mas o mais triste de tudo isso é que Peter Jackson poderia ter resolvido essas coisas, mas ele vai até o fim com ambas. Isso não chega a ser ruim, mas é desnecessário. Alfrid é, nitidamente, carregado durante o filme como uma tentativa de alívio cômico. Isso é horrível.
Alguns personagens, ao longo da trilogia, são esquecidos ou nem aproveitados. Bilbo por exemplo, perde sua importância do primeiro para o segundo filme, e no terceiro ele quase não aparece. Eu sei que havia muita coisa para se desenvolver, mas poxa, cadê a visão transposta do Bilbo para nós?
A batalha dos cinco exércitos é bem legal. Coreografias legais e uma porradaria decente. Destaque para o exército de anões comandados por Dain, que está com um visual e uma marra que todo anão que se preze deveria ter.
A expectativa não me pegou mas devo dizer que o filme é bom. Não foi espetacular aos meus olhos, mas sim bom. Coisas que deixam a desejar mas nada que fosse realmente um problema. O fim da trilogia têm coisas que são claramente inspiradas na trilogia feita anteriormente por Peter Jackson. Algumas das coias repetidas são legais e bem executadas, como a influência da pedra Arken sobre Thorin, que é a mesma loucura de Gollum pelo anel, só que bem menos aprofundada e rapidamente resolvida. Peter Jackson tentou conectar as trilogias e acho, sinceramente, que ele fez um bom trabalho.
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