Um coringa
como tem que ser
Brian Azzarelo é um cara que já é um tanto quanto renomado
nos quadrinhos.
Lex Luthor: Homem de aço, e estar no comando de Dark Knight Returns: Master Race já
mostram o quão grande é a piroca desse cara dentro da DC.
Essa foi a primeira obra dele que eu li, e achei um negócio
do cacete, porém complicadíssima. Coringa
é uma obra que consegue brincar com si mesma, e que pode ser tão séria e
perturbadora quanto.
A história é contada do ponto de vista de Johnny Frost, um bandidinho de merda
numa cidade tão grande como Gotham. Johnny, assim como eu disse, é um merdinha
que faz trabalhos merdinhas pra uns caras merdinhas, e tem mania de grandeza.
Assim que descobre que o Coringa vai ser solto do asilo arkham, Johnny resolve
que vai buscar o cara, só buscar. Acontece que, durante esse trajeto, o palhaço
acaba gostando de Johnny, e Johnny do palhaço.
E é aí que começa a piração toda.
O Coringa descobre que enquanto esteve internado as pessoas
seguiram em frente, ninguém mais lembrava dele, a cidade já tinha seguido em
frente, e claro, isso deixa ele puto. Então ele resolve que vai tomar tudo isso
de volta.
Eu disse que ele brinca com si mesmo lá no começo por que o
personagem se permite. O Coringa é louco, psicótico, não tem objetivo. Ele quer
tomar a cidade pra si, mas conforme a história vai se desenvolvendo não há uma
razão pra isso. As coisas que ele faz, do jeito que faz mostram uma face ainda
mais cruel e descontrolada de uma figura que você acha que conhece.
O traço do Lee
Bermejo torna toda a leitura ainda mais incrível. Antes de ler eu achava
que o padrão de desenhos do cara ia se manter em todas as páginas, quase como o
Alex Ross em suas obras, mas a
parada muda, e hora o traço dele é um pouco (bem pouco) mais cartunesco e outra
é realista e blá blá blá.
Eu achei isso bom, porque o cara pode focar nos quadros mais
específicos e importantes que o gibi traz. Momentos em especial que fazem
qualquer personagem ter mais relevância ou algo do gênero.
O roteiro do Azzarelo é perturbante. Situações grotescas que
mostram o quão podre não só o Coringa pode ser, mas também outros personagens
do universo do batman.
Nota-se também a extrema inspiração no Heath Ledger. O gibi saiu em 2008, mesmo ano do Cavaleiro das trevas, e o que foi feito
ali é muito parecido com a atuação de Ledger. O jeito que ele é desenhado, o
jeito que ele age, se veste e até mesmo fala, são todos muito parecidos com a
atuação de Ledger.
Peguei esse encadernado por acaso na CCXP achando que era Piada mortal. Aconteceu que não era mas, valeu muito a pena.
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