Legion não é tão do caralho assim, mas é um bom começo pras séries em 2017

Essa série é a prova de que querer fazer diferente pode dar muito certo

Quando Legion tava aí pra estrear já tinha todo um burburinho em torno da série. Produto dos x-men que não ia ter muita conexão com o que a gente conhecia, talvez nem haveria citação alguma com o que a gente tava acostumado quando se tratava de mutantes. Não sei se vale lá muito a pena explicar quem é o legião (personagem), mas em poucas palavras ele: é o filho ultra fodapoderoso do professor Xavier. 

Enfim. Criada por Noah Hawley, o mesmo cara de fargo (assista!), Legion foge do que é o comum pra uma série baseada em quadrinhos e ainda sim serve pro grande público.  

Na real, fugir desse padrão que existe hoje em dia das séries de quadrinhos não é completamente de Legion. Preacher já fez isso ano passado, mas o que fizeram aqui foi muito mais ousado e arrasador já que: pegaram um personagem ultra underground do universo dos x-men, difícil de trabalhar justamente por ser quem é. Quem conhecia o potencial de Noah Hawley já tinha ali uma curiosidade na série e, bom, quem não conhecia agora tem que ficar de olho nesse cara.

8 episódios, curtinha, 40/50 minutos de duração e com uma história intrigante. A série no início da uma pitada maravilhosa. Os dois primeiros episódios são SIM algo de outro mundo. Só que confirme as semanas foram passando, pode ser que as reclamações de "puta que pariu, é muito louco isso que eu to vendo" pesaram um pouco na decisão do FX de continuar dando carta 100% branca pro Hawley. Não que o canal atrapalhou no andamento da história e acabou alterando tudo, o que tinha que ser contado estão lá nos 8 episódios, mas acredito que a maneira de contar mudou um pouco.

A série fica um pouco mais didática lá pro 4° e 5° episódio. Haviam coisas que precisavam ser explicadas, e sim, o jeito que fizeram foi bom. A questão é que algumas coisas foram explicadas mais de 2 vezes, inclusive episódios dedicados a concretizar coisas que haviam sido sugeridas antes. Sabe aquela história de "para bom entendedor, meia palavra basta"? Então, não é lá o que rola aqui.

 Eu ando assistindo algumas séries em que o que mais me agrada são as mulheres. The americans, Man seeking woman, Punho de ferro (zzz), e Legion se encaixa muito bem nisso. Dan Stevens manda bem como David Haller, mas falta alguma coisa nele. As vezes é um pouco forçado, as vezes não convence e isso é bom por que podemos ver o destaque ser compartilhado com Rachel Keller como Syd Barrett. Que mulher meus amigos, que mulher espetacular. Sydney é quase uma segunda protagonista é faz uma excelente conexão com o espectador.

Outro ponto muito importante na série é a Aubrey Plaza como Lenny, a grande companheira do David nessa temporada. Na minha opinião, Aubrey é o ponto mais fraco aí. Não gosto dela como atriz, toda vez que ela aparece o clima da série se perde e me tira um pouco do que ta sendo construído. Mas é só. 

Assiste essa merda ai maluco, já foi renovada pra 2° temporada, é uma série que, tenho certeza, vai melhorar muito durante os anos e vão lembrar disso. Série dos x-men que não é bem lá no universo que a gente tá acostumado, mas é um dos melhores produtos da "franquia" mutante.