quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

45 anos - Sobre o Oscar

45 anos que não deixam gosto



Todo filme têm gosto. Na verdade, toda obra tem gosto, mas foco aqui nas audiovisuais. Filmes, séries, novelas, todos têm gosto. Sabe aquela sensação de deixar correrem os créditos enquanto você digere o filme? Aquilo deixa gosto, aquilo é você entendendo o gosto da coisa que acabou de ver. Coisa que não acontece em 45 anos.
No início somos apresentados ao casal Mercer, que estará completando 45 anos de matrimonio no sábado. Para celebrar esta data, o casal decide fazer uma festa comemorativa e tentar relembrar os bons momentos que precederam e aconteceram na época em que se casaram. Acontece que, durante a semana tão importante de bodas do casal, o passado do marido, Geoffrey Mercer vêm a tona e acaba abalando os dois de uma maneira que nunca havia acontecido.
O filme parte daí.
Como eu disse no início o filme não deixa gosto. Ele acaba e pronto, é isso, fim, sem papo, sem uma grande mensagem pra passar ou algo assim. Isso nem sempre é ruim, na verdade mostra que é um filme completamente honesto, e não tem nada de errado em ser um filme honesto que só quer contar uma história.
Vale dizer que é extremamente bonito. A direção de Andrew Haigh é simples, bonita e muito funcional. E não é uma GRANDE produção, com milhões gastos em pequenos detalhes para fazerem ficar mais bonito. Não, é simples, prático e, nesse sentido, até funciona muito bem.
Charlotte Rampling manda muito bem. Ela consegue segurar a amargura que é viver casada 45 anos com um homem de quem você sabe tão pouco. São segredos importantes que acaba-se descobrindo conforme o filme discorre, e são coisas que para um casal que vive junto 45 anos, não é normal. 

O filme no geral fala muito sobre confiança. Até onde vai o amor que se sente por uma pessoa? Será que é possível viver com a pessoa tanto tempo e saber absolutamente tudo sobre ela? Ou mais importante, será que as pessoas continuam com as mesmas atitudes após saberem algo tão chocante da vida do outro/outra?
A coisa lamentável é que o filme não vai ficar na sua cabeça por muito tempo. É um filme ok, honesto com uma atuação geral mediana, e que não tem muita coisa pra falar.
Não tem gosto.


Charlotte Rampling concorre ao Oscar de Melhor atriz, o que eu acho que é difícil de ganhar só pelas outras atrizes concorrentes.

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