sábado, 6 de fevereiro de 2016

A grande aposta - Sobre o Oscar

Como mostrar “didaticamente”que vai dar merda



O filme se passa um pouco antes e durante a crise que FODEU principalmente os EUA em 2007/2008. Aquele negócio de bolsa de valores, frenético, se situa em Wall Street, claro, e conta a história da economia americana. Como a crise veio, o que algumas pessoas fizeram pra tentar amenizar a merda, e o que outras fizeram pra tentar sair por cima de tudo isso.
É extremamente estranho ver como esse filme é muito atual. Todo o grande problema do filme aconteceu têm menos de 10 anos, e os riscos de uma situação assim voltar são muito grandes.
Existem personagens que vão carregando o filme cada um com seu ponto de vista, com suas motivações, pensamentos, etc etc.
Michael Burry, ou Christian Bale, é um dos especialistas que tem lá seu fundo monetário que investe em algumas ações imobiliárias. Burry, um dia, prevê que a bolha vai explodir, que vai dar merda, que vai ser um caos do caralho e num vai sobrar ninguém com grana pra ver.
Ao amadurecer essa ideia ele começa a vender uma espécie de seguro contra essa quebra. Conversa vai, vem, fecha negócio com empresa aqui e ali, e tal proposta vai parar nos ouvidos de Jared Vennet, ou Ryan Gosling, e o cara vai atrás de se dar bem e passar a ideia adiante.

Vennet por acaso acaba caindo no colo da empresa de Mark Baum, ou Steve Carrel, e aí sim a história começa a se desenrolar.


Como eu disse no início, o filme tenta ser o mais didático possível pra que o filme seja pra todo mundo. O que não é.
Não importa o quão didático o material original seja, o quanto a tradução e adaptação daqui consiga fazer um bom trabalho, o filme continua sendo difícil. De assistir, entender, pensar sobre depois, e até mesmo de lembrar.
O Adam McKay, diretor do filme, é conhecido por fazer muitas comédias: O âncora; Tudo por um furo; Quase irmãos; e alguns outros com o Will Ferrel. Ele tenta deixar o filme com uma cara mais amigável pro público com vários mecanismos explicadinhos, e quebras da quarta parede, Margot Robbie deliciosa numa banheira explicando pra você uma coisa que você não entendeu, não vai, e provavelmente não vai se importar porque é a Margot Robbie ali.
A coisa em si funciona em alguns outros momentos, mas a grande maioria dessas cenas, feitas para explicar, não conseguem cumprir sua função e acabam sendo só cenas engraçadinhas que fogem do tema pesado.
O tema é sim pesado. Economia fodida que tira casas das pessoas. Engravatados filhos da puta egoístas que só pensam no dinheiro, e acredite, ninguém ali no meio se salva completamente. 


O desenvolvimento dos personagens é bom, todo mundo ali têm seu devido espaço. Christian Bale tá incrível, seu personagem sofre de um grau de autismo (e essa eu só fui entender depois de ver o filme, lendo sobre o mesmo) e ele manda bem pra caralho representando isso. Ele tá sempre meio isolado, com musica alta ao seu redor, e muitas vezes acha-se que a presença da barulheira está ali pra ajudar ele a esquecer dos problemas quando é justamente o contrário.
O Gosling também se encontra com o personagem, ele é o clássico malandrão de Wall Street. Basicamente o uma mistura do Matthew McConaughey com o Leonardo DiCaprio n’O Lobo de Wall Street.
O melhor ator em seu papel com certeza é Steve Carrel. Eu não quero falar muito do personagem em si, mas é definitivamente o que mais tem uma relação com a trama do filme e o que mais consegue passar a ideia do filme pro público, e quem é mais identificável ali.


O filme tá indicado em 5 categorias: Melhor filme; Melhor diretor (Adam McKay); Melhor ator coadjuvante (Christian Bale); Melhor roteiro adaptado; melhor edição.
Eu sinceramente não sei por que Steve Carrel não está indicado no lugar do Bale. Sério.

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