segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ex Machina - Sobre o Oscar

Ex Machina coloca em prova nossa crença na tecnologia e como isso nos faz estúpidos



Quando Ex Machina estreou eu vi algumas pessoas falarem bem, mas a minha vontade de ver foi comparável à minha vontade de ver Pai em dose dupla do Will Ferrel. Eu acabei vendo os dois um tempo depois, mas isso não vem ao caso.

Um pequeno Jovem chamado Caleb interpretado por Domhnall Gleeson, é selecionado através de um sorteio para visitar e conhecer o chefe do seu chefe, Nathan, e conseguir ver porque ele é considerado um gênio. Caleb trabalha na empresa de Nathan e tudo que ele sabe do cara (assim como nós) é que ele é um geniozinho excêntrico e um cara com um potencial fodido. 
É daí que vai.


Como eu disse antes: o que eu ouvi dizer era que o filme realmente conseguia ser algo inovador, bom, questionador e desafiador. Eu só discordo em ser desafiador já que em nenhum momento ele te deixa pensando por muito tempo, mas isso não tira mérito desse filme ser um dos melhores de 2015.
O filme te mostra o tempo todo a relação humano/máquina. O que um faz com o outro, por que um depende do outro, o que um tem a ver com o outro e, principalmente, até onde vai essa relação. A partir daí vêm perguntas, que essas sim são o trunfo do filme. Por que o ser humano precisa da máquina? Por que a máquina precisa do ser humano? O que acontece se um lado pesa mais que o outro?
Esses questionamentos são das coisas que conseguem te deixar surpreso e realmente preocupado com o que é proposto. Não só com o que o filme propõe mas, com o paralelo feito com a vida. Porra, várias ficções científicas falam dessa relação, várias abordagens diferentes, mas muitas ainda passam esse senso de que não tem muito sentido um coexistir com o outro. Pelo menos não por muito tempo.
Eu esqueci de mencionar que o Nathan é o Oscar Isaac. E outra coisa extremamente importante é a Ava feita pela Alicia Vinkander que, não sei se você tá lembrado, fez A garota dinamarquesaEssa menina é incrível, aqui ela é essencial pro filme, assim como os outros personagens.


É nítido que é um filme mais independente. Ele não parece ter um orçamento muito grande e tal, mas é muito bem usado. É focado em pequenas coisas que ajudam a mover a história e ajudam a entender cada vez mais o que se conta.
É um filme lindo, o diretor é o Alex Garland que fez coisa pra caralho por aí já. Fez roteiro pra cacete mas, a primeira coisa que dirigiu de fato foi Ex Machina. E esse cara já é um nome pra se ficar de olho. Talvez por ele ser um excelente roteirista, mas as técnicas de direção usadas no filme são de cair o queixo. O mérito é desse cara.
Ex Machina já é um injustiçado do Oscar. Tá indicado a: Melhor roteiro original; Melhores efeitos visuais (?????).
Eu acho que dá uma bela briga entre alguns filmes concorrentes a roteiro, mas é forte candidato. Já efeitos visuais eu nem sei por que que tá indicado, já que de longe não é o forte do filme, e isso não é o que o filme quer passar, claramente. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário