segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O quarto de Jack - Sobre o Oscar

O nome em inglês é bom e faz sentido, mas como a tradução diz: o quarto é de JACK


O filme mostra a vivência de uma mãe e um filho dentro de um espaço extremamente claustrofóbico, um quarto. Não um puta quarto da hora, mas um quarto podre, sem vida e que é extremamente desconfortável pra dois. Um quarto com fogão, privada, cama, armário e sem janela.

A princípio eu achei que seria muito difícil contar a sinopse do filme, já que uma das informações importantes do filme é revelada só em uns 30 minutos. Mas, como essa informação já tá na sinopse original, e tá todo mundo falando por aí é tranquilo dizer que esse tal quarto em que mãe e filho vivem, e na verdade um cativeiro. Sim, ambos estão sequestrados.


Eu achava que isso era um spoiler bem louco, mas não é realmente um spoiler. É bom ser surpreendido porque o filme não deixa tão claro assim, pelo menos não antes dos 30 minutos. Ele consegue deixar umas dúvidas, mas esclarece meio que ponto a ponto ao decorrer desses mesmos 30 minutos.
Ainda sim a experiência que se tem assistindo o filme e sabendo dessa informação não muda, por que o filme é muito bom. Ele consegue passar essa sensação do desconhecido, pela ótica do Jack, e ainda sim consegue ser bonito em sua execução. O moleque nasceu naquele cativeiro, nunca viu árvore, grama, nunca sentiu chuva ou qualquer coisa mundana que a gente não dá valor. Ele não sabe o que é nada disso, nem imagina direito o que são essas coisas, tudo que ele vê do mundo vêm da TV.
Coisa que acontece hoje em dia.
O filme tem uma discussãozinha importante e atual sobre o que é real. Como o Jack não conhece nada dessas coisas que eu citei, da pra fazer um paralelo com as crianças que não saem pro mundo. Não brincam lá fora e ficam fantasiando o dia todo sobre um mundo legal, perfeito e ideal pra elas mesmas.
“Eu quero que ele tenha contato com o que é real, não fique no celular o dia inteiro” diz Joy, a personagem interpretada por Brie Larson, sobre o próprio Jack.


Essa menina e muito foda. Ela já fez bastante coisa no cinema e na maioria dos papéis ela tá diferente pra caralho. Principalmente nesse, e principalmente no início do filme, ela tá IRRECONHECÍVEL.
É bizarro como ela é versátil e uma excelente atriz. Ela não carrega o filme completamente sozinha mas puta que pariu, ela é responsável pelas partes mais importantes de emoção. Grande parte das cenas que envolvem ela e o Jack são lindas, tanto a relação deles dois quanto ela em si, seus problemas enfrentados e tal. Porra, tá demais.
Mas o mérito realmente é o moleque, Jacob Tremblay. Puta merda, esse filme é dele. Apesar de nem ter 10 anos ainda ele consegue passar uma sensação de inocência que e incrível. É aquele negócio de moleque perdido sabe? Ele não sabe bem o que tá acontecendo, mas é confortável com a vida que tem ali, sua rotina etc etc. O moleque arrebenta, mano.
O diretor tem mérito também, claro Lenny Abrahamson consegue transportar as sensações fodidas que o filme tende a passar. O roteiro é baseado num livro. Eu nem tinha ideia disso, mas acredito que o livro tem essa intenção também.
O quarto de Jack ta concorrendo a: Melhor filme; Melhor diretor (Lenny Abrahamson); Melhor atriz (Brie Larson).
Não sei por que o moleque não foi indicado a melhor ator.
Esse filme é um dos meus favoritos dentro do Oscar esse ano, com certeza vou torcer pelas indicações que recebeu, a não ser que Mad Max esteja concorrendo as mesmas categorias né?

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