terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O Regresso - Sobre o Oscar

Aquele filme que podia ser e é mais ou menos



O Regresso se passa mais ou menos durante a guerra de secessão dos EUA.
Baseado em fatos reais, ele conta a história (ou fábula) dos caçadores nos EUA dessa época. A galera que tinha que caçar pra sobreviver, tinha que literalmente se foder pra botar comida na mesa, que passava meses em expedições pra poder voltar pra casa com alguma coisa.
Tem uma lenda famosa na América sobre Hugh Glass, que é um desses caras caçadores que conseguiu sobreviver do ataque de um URSO! Maluco, um urso, puta merda.
É mais uma daquelas lendas que serve pra dizer o quão determinado o ser humano pode ser pra completar a missão.

Quem interpreta o Glass é, claro, Leonardo (FUCKING) DiCaprio. E é bem isso aí que eu contei em cima. Durante a expedição ele é atacado por um urso, e sobrevive. O filme ainda dá uma motivação pro personagem que é a vingança. Quando e atacado pelo urso Glass se fode todo, óbvio, e é traído pelo John Fitzgerald, Tom Hardy, que mata seu filho e ainda deixa o cara pra morrer.


É bom dizer que o filme é lindo. Visualmente lindo. O Iñarritu, diretor, é muito bom no cinema técnico. Birdman foi bem reconhecido pela sua técnica, toda baseada no plano sequência, sem cortes e tal. Aqui no Regresso é mais uma vez assim, sem tantas metalinguagens e brincadeiras, mas ainda sim é tecnicamente muito foda. A fotografia do filme é impecável.
Emmanuel Lubezki, um deus da cinematografia atual, é responsável pela beleza do filme. O Iñarritu e sua OZADIA resolveram gravar o filme todo só com luz natural, porque queria inovar. O Lubezki topa o desafio, dá um tapa na cara de todo mundo, caga no chão e sai fora aplaudido. Puta que pariu, é cada cena mais linda que outra.
A direção é boa, aqui tem planos sequência que deixam você maluco de ver, e vai te deixar tentando entender como o filho da puta fez todas essas cenas. 
Mas aí que fica a minha grande birra com o filme e talvez com o diretor.
Em Birdman você tinha todo aquele universo criado em volta dos personagens. Era mais parecido com o nosso dia-a-dia e mais compreensível, mais interessante. Aqui é um pouco mais difícil de se conectar, mas a partir do momento em que se entende qual é a do filme dá pra continuar completamente numa boa. O problema é que a imersão não é interrompida por alguém fazendo barulho no cinema, ou qualquer coisa assim, antes fosse. O problema é o filme não ter nada pra contar durante uns 50 minutos.
Sério.
Fica uma punheta de focar em paisagem, dor de personagem, maluquice religiosa e tal. Só. Durante uns 50 minutos de filme não acontece absolutamente nada que possa somar. São coisas que você vê, não entende por que tá vendo, mas ainda sim, vai ver por que pagou o ingresso e não quer simplesmente sair do cinema. Ou por que quer ver o filme terminar.
O filme tem 2h:30 e poderia ter sido reduzido em 1h:50 facilmente que não ia ficar feio ou sem qualidade, ou não terminado.
É um negócio que não dá pra entender muito bem.


Por outro lado o filme tem cenas incríveis, o uso de CGI é absolutamente foda e quase imperceptível ver o que é real e o que não é.
No fim das contas é um bom filme que cumpre parcialmente o que promete.
O filme tá indicado a coisa pra caralho: Melhor filme; Melhor diretor (Iñarritu); Melhor ator (Leonardo DiCaprio); Melhor ator coadjuvante (Tom Hardy); Melhor fotografia; Melhor figurino; Melhor maquiagem e cabelo; Melhor mixagem de som; Melhor edição de som; Melhores efeitos visuais; Melhor design de produção; Melhor edição.
O DiCaprio tá sacanagem nesse filme. Se ele não levar o Oscar é bom ele desistir, fazer comédia romântica, ir fazer série de TV, qualquer outra coisa,  mas ainda quero acreditar que ele leva.
Fotografia é quase certeza que leva também. Pode ser que leve em figurino, maquiagem e cabelo e até efeitos visuais.

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